ESCOLARIZAÇÃO E INTERCULTURALIDADE

Estudam em Portugal 90 mil imigrantes, dos quais 60 mil frequentam o básico e 30 mil o secundário, sendo Lisboa o Concelho com mais alunos de diferentes nacionalidades, que são também os que mais reprovam. Perante a dimensão dos números, o Ministério da Educação publicou um guia de boas práticas para ajudar as escolas a promover a integração. Este é um desafio para o qual estamos todos convocados e que implica um investimento nos programas educativos que aprofundem as questões da interculturalidade e promovam a equidade e inclusão, porque os recursos são escassos para tamanho desafio. Será necessário realizar atividades que estimulem o aprender a viver juntos, criando situações em que os jovens de diversas comunidades e culturas possam passar momentos significativos que sejam valorizados por todos como momentos de descoberta e de prazer.

O NOME DAS COISAS

O Agrupamento de Escolas de Alvalade (AEA) tem em curso o projeto “O Nome das Coisas”, com o objetivo de criar momentos de aprendizagem significativos que promovam a integração de alunos de nacionalidade estrangeira, e das suas famílias e culturas no sistema educativo português. Este projeto, ancorado em medidas educativas extraordinárias e progressivas, pretende promover momentos que suscitem o desejo e o entusiasmo pela aprendizagem, nomeadamente da língua portuguesa.

Com esta iniciativa, pretende-se também sensibilizar toda a comunidade escolar para a diversidade cultural presente na escola, promovendo a inclusão e o respeito pelas diferenças. Para isso, têm sido organizadas atividades lúdicas, workshops, sessões de sensibilização e outras iniciativas que visam enriquecer o ambiente educativo, tornando-o mais inclusivo e multicultural.

SABER MAIS

A VOZ DOS JOVENS

De forma crítica e ativa, jovens de Lisboa contribuíram com propostas para melhorar a oferta da programação cultural e artística da cidade. As suas motivações são marcadas pela abertura ao desconhecido e vontade de aprendizagem, existindo curiosidade e expectativa em relação às mensagens que serão enviadas aos decisores políticos. “É raro que os jovens tenham espaços para discutir a cultura e a programação em equipamentos culturais”, afirmam. Algumas das suas sugestões passam pela incorporação da cultura e da arte de forma participativa no currículo escolar, pelo estabelecimento de parcerias estratégicas entre equipamentos culturais e escolares, ou pela criação de incentivos que transformem os jovens em sujeitos ativos e participativos, na criação de eventos. É neste sentido que se está a preparar a nova temporada do DESCOLA.

1º ENCONTRO NACIONAL | PRESCRIÇÃO CULTURAL

Teve lugar, nos dias 19 e 20 de julho, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto e no Museu Nacional Soares dos Reis, o 1º Encontro de Prescrição Cultural. Como podemos fazer dos museus espaços de bem-estar? Que papel pode ter a arte na formação dos profissionais de saúde? O que temos de mudar na formação dos artistas e mediadores culturais? O que acontece quando as instituições colaboram? São algumas das questões a que médicos, psicólogos, historiadores de arte e mediadores culturais procuraram responder, em diálogo transdisciplinar e partilha de resultados, conhecimentos e experiências. Esta foi uma iniciativa da Universidade do Porto que abrirá caminho para a promoção do bem-estar e da inclusão através da arte e da cultura.